MRS é sem dúvida uma pessoa simpática, bom comunicador, bom
comentador ( pelo menos quanto à forma ), “visitante” habitual das nossas casas
1 vez por semana capaz de manter fieis audiências durante largos anos. Imagino
que seja apreciado e estimado pelos seus alunos, penso que seja honesto e
incorrupto em matéria de dinheiros, sem ligações a negócios bancários ou
imobiliários. Penso também que não foge ao pagamento dos impostos devidos
Que sei sobre o percurso político de MRS ? Na realidade não
muito apesar da sua exposição pública. Sei que foi Secretário de Estado num
governo PSD ( mas não sei porque cessou funções ), que foi candidato a
presidente da CM Lisboa e que perdeu, que foi presidente do PSD (mas que não chegou ao fim do mandato ) tendo
tido uma posição colaborante com o governo António Guterres na tentativa,
conseguida, de entrar no clube do Euro. Tirando esta última atitude, que
favoreceu então o interesse nacional, não me parece que tenha feito algo de
importante na vida política portuguesa.
Por outro lado a sua actual promessa como candidato
presidencial de defesa intransigente das várias componentes do estado social (
escola publica, serviço nacional de saúde, protecção social no desemprego, na
velhice, no desamparo, na reforma ) não corresponde a atitudes tomadas durante
o governo da coligação PSD+CDS. Não quero dizer que MRS não tenha simpatia pelo
estado social, quero dizer que nas circunstâncias da anterior governação não foi
um opositor vigoroso às medidas então tomadas. Que me lembre, limitou-se nas
suas palestras dominicais a condenar a forma como as más mudanças foram
apresentadas mas não o sua substância.
Portanto, eu, que considero o estado social como uma grande
conquista civilizacional do pós-guerra de 1939-1945, não poderia nunca votar
numa pessoa que nem sempre se mostrou um seu acérrimo paladino. Não teria a
confiança de que se um dia voltasse a ser necessário sacrificar alguma coisa
dos portugueses, MRS, como PR, não desse o seu aval a que se começasse pelo
estado social.
Simpatia não basta !
17 JAN 2015
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